Com Prefeito e Vereadores, PT de São José dos Pinhais terá chapa completa em outubro

O Blog do PT de São José dos Pinhais traz uma entrevista com Zé Adilson Stuzata, o pré-candidato a Prefeito de nossa cidade. Stuzata é técnico em contabilidade, formado em Direito pela PUC PR e pós-graduado em Jornalismo pela Universidade Curitiba. Foi Presidente da Federação dos Bancários (FETEC/CUT) e Coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Stuzata também é autor do livro “Conciliação Prévia – Bom pra quem?” que analisa a resolução de conflitos no âmbito das relações de trabalho, lançado em 2006. Também atuou como Coordenador Estadual de Geração de Emprego e integrou a comissão de desenvolvimento dos APLs (Arranjos Produtivos Locais).

Sua experiência no executivo municipal também não é pequena. Foi Secretário do Trabalho e também Secretário de Saúde. Por último, foi Superintendente da Prefeitura de Curitiba. No âmbito do São José dos Pinhais participou de vários conselhos: Trabalho, Saúde, Economia Solidária e Segurança, o que lhe possibilitou conhecer os diferentes aspectos e necessidades do nosso município.

Blog:   Como está a pré-candidatura a Prefeito de São José dos Pinhais?

Stuzata: Nosso Partido está sempre em movimento. Vivemos um debate intenso em nosso País. A direita e os setores conservadores não aceitaram o resultado das urnas em 2014. Criaram todas as dificuldades à Presidente Dilma, como as chamadas pautas bombas no Congresso Nacional. Mas independente do debate nacional, o PT em São José dos Pinhais segue lutando para reduzir as desigualdades sociais e ampliar a oferta de serviços públicos em nosso município.
Neste momento estamos em pleno debate sobre o plano de governo, bem como das candidaturas para vereadores e prefeito. Internamente temos duas pré-candidaturas a Prefeito – a minha e da Companheira Lindamir Colontonio. Já realizamos debate interno com pré-candidatos. Encontraremos o caminho democrático para definição de nossa candidatura. Temos também a Companheira Tânia Galvão Centeno que colocou-se como pré-candidata a Vice-Prefeita.

Blog: Quais os desafios para melhorar nossa cidade?

Stuzata: Tivemos grande crescimento populacional nos últimos 20 anos. Esse crescimento não foi acompanhado de planejamento que pudesse dar conta de todos os desafios, sobretudo na saúde, educação, segurança e infraestrutura. Apesar de nossa grande arrecadação, por volta de R$ 1 bilhão por ano, temos muitas carências e desigualdade. Nosso objetivo principal é reduzir esses vácuos existentes em nossa cidade.

Blog:  Como o PT pretende enfrentar as eleições deste ano?

Stuzata: Será uma eleição desafiadora. Teremos que combinar os debates nacionais com os problemas mais específicos de cada bairro, de cada rua. Não podemos, por exemplo, falar de educação sem falar dos rumos da Petrobrás. Afinal, os partidos de direita querem mudar o modelo de exploração do petróleo e isso atinge diretamente o orçamento da educação no Brasil, visto que, 75% dos resultados(royalties) do petróleo serão destinados à educação. O exemplo serve também para a saúde (25%). A direita quer mudar isso e embora esse possa parecer um debate distante da população, quem mais sentirá os reflexos deste cenário são os municípios e, consequentemente, a população que necessita dos serviços públicos.

Blog: Quais suas principais propostas para nossa cidade?

Stuzata: Vamos mudar a lógica da gestão pública que é centralizadora e autoritária. Não escuta as pessoas. Decidem obras e prioridades sem o acolhimento do que chamo de “inteligência coletiva”.
Ouvi certa vez da Secretária da Pessoa com Deficiência de Curitiba, Mirella Prosdócimo, com quem trabalhei a seguinte frase: “Não fale sobre nós sem nós”. O que quero dizer é que temos que ouvir mais.
Quando fui Secretário de Saúde, numa situação bem difícil, criei canal direto entre os servidores e o Secretário. Vieram ideias criativas e inovadores que melhoraram os serviços públicos. Na Secretaria do Trabalho a iniciativa do agendamento para atendimento do seguro desemprego foi solução encontrada ouvindo os servidores. Acabamos com a fila na madrugada do SINE (Sistema Nacional de Emprego). Esse modelo do SINE de SJP foi copiado para o Estado todo. A Agência do Trabalhador/SINE de São José foi premiada pelo Conselho Estadual do Trabalho como a melhor do Paraná.
Outro exemplo: Nossa população carece de qualificação profissional. Fizemos um grande projeto dialogando com o Conselho do Trabalho e pessoas da área. Resultado: Cursos caros como de “operador de máquinas pesadas” foram baixados porque utilizamos o equipamento da Prefeitura. Assim como nas aulas de informática que utilizamos os laboratórios das escolas municipais que ficavam ociosos à noite. Com isso atingimos milhares. A qualificação realizada em nosso período atingiu quase 10 mil pessoas. Isso é muito, pois com a qualificação as empresas não precisam buscar sua mão de obra fora de São José.
Compreendemos também que não há dinheiro para tudo. Porém, com criatividade podemos mais.
Canais de interação e participação da população via novas tecnologias é fundamental. Restringir o debate orçamentário às pequenas audiências públicas não é adequado.
Não quero me alongar nas respostas mas o tema meio ambiente é relevante. Podemos produzir água para 700 mil pessoas. Tem muito aterro sendo feito de forma errada. Nossa agricultura é especial. Ela tem que “dialogar” com o meio ambiente. Somos o maior produtor de orgânico. Temos que ter um mercado municipal com essa especialidade.
No setor da assistência social temos que atuar nas concentrações carentes de políticas públicas. Para quem estuda a teoria de Maslow das necessidades humanas... esses locais estão no primeiro estágio, isto é, nas carências fisiológicas. Não avançarão na “pirâmide” sem o poder público atuar. Defendemos inclusive programa de renda mínima para amparar emergências.
No transporte público a gestão atual elegeu-se prometendo integração. De início necessitamos de uma Conferência com todos os envolvidos para diagnosticar as diversas situações. Hoje o transporte é caro e desconfortável empurrando muitos para os carros. Neste debate entra também a necessidade de ciclovias seguras.
Em fim, apesar de estarmos com um grupo formulando propostas para nossa cidade queremos convidar todos e todas para contribuir. Coletivamente teremos boas propostas para nossa Cidade.

ptsjp.blogspot.com.br   Como enfrentar esse dificuldade do PT atravessa?

Stuzata: Vamos esclarecer as pessoas. Levaremos a verdade. O PT sofre uma grande injustiça. É bombardeado por uma mídia poderosa. Tem estudo da UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro que mostra que... Quando a notícia é contra o PT ela é repetida muitas e muitas vezes. Coisa de 80 vezes contra 7 de outro partido. Nenhuma entidade resiste a esse “bombardeio”. Vejamos. A lista da Odebrecht é do ano de 1985. Têm mais de 200 políticos e 18 partidos. O Brasileiro sabe disso. Mas por força da propaganda dos poderosos acabam repercutindo contra o PT. Não quero dizer que o PT é imune ao erro ou que pessoas do PT não tenham errado. A justiça tem que valer para todos. O que não pode é uma imprensa tendenciosa que ataca apenas um partido.
Outra coisa. A direita criou uma besteira sobre o vermelho. “Que nossa bandeira não tem vermelho”. Querendo dizer que “são mais brasileiros” que nós. Besteira. Simbolicamente o vermelho significa a luta daqueles que tombaram buscando democracia e direitos. A origem do vermelho remonta do ano de 1.400, aproximadamente. Os povos oprimidos pelos poderosos colocavam a bandeira vermelha em suas casas significando que haveria luta. Ao contrário, quando a bandeira era branca significava rendição, entrega. O vermelho é a cor de nossa luta. Assim como, o verde e amarelo é a cor de nossa Pátria.
O PT tem na sua história o combate à corrupção.  Pergunto. Quem foi que criou a lei da “delação premiada”? Quem foi que criou a lei da “transparência”? Citando apenas dois exemplos. Empresários e políticos poderosos deste País estão indo para a cadeia por causa dessas iniciativas do PT.

Blog:   E a Segurança, algum plano especial?

Stuzata: Não falaremos de Segurança sem falarmos em Justiça. Segurança e justiça são multisetoriais, ou seja, esporte, lazer, cultura, trabalho, educação, assistência social, saúde, etc. Tudo isso forma um arcabouço de ações que influenciam na segurança e na justiça.
Sob a ótica mais restrita a segurança cabe ao Governo do Estado, principalmente. Entretanto, é possível atuação de inteligência de nossa Guarda Municipal. A droga, em suas várias ramificações, é responsável por grande parte da violência. Para isso, a Guarda Municipal deverá ter veículos blindados para ir em todos os locais sem risco aos seus integrantes.
Para o tratamento e recuperação dos dependentes temos que contar também com as nossas organizações religiosas. Temos vários exemplos de êxito nessa atuação.

Blog:   Como enfrentar candidatos com maior poder econômico e maior poder de “contabilizar” apoios?

Stuzata: A história de nosso Partido foi construída pela nossa militância. É nosso diferencial.  Temos certeza que com criatividade faremos chegar nossas propostas para todos. Além disso, o financiamento empresarial de campanha foi proibido reduzindo a força do dinheiro. Com isso, haverá mais espaço para nossa militância atuar.

Blog:  Como avalia a estrutura administrativa da Prefeitura?

Stuzata: Temos propostas. Entretanto esperamos ampliar o debate para as definições. Hoje temos 21 Secretarias e mais três entes com status de Secretaria (Prev, Codep, Controle Interno). Apesar da quantidade de secretarias ainda há temas importantes como: mulher, direitos humanos, pessoa com deficiência e juventude que não estão abarcados nas estruturas. Sinto falta também de um espaço multidisciplinar que pense e planeje nossa Cidade. Entretanto, defendemos a diminuição da quantidade de secretarias sem que isso signifique deixar assuntos importantes sem a representação no espaço público. Vamos debater. De imediato já antecipo que o Procurador Geral do Município será eleito entre os advogados de carreira.
Não compactuo com o Prefeito fazendo dobradinha com “advogado amigo” para dar legalidade a processos não Republicanos.
Acompanhamos recentemente que a Procuradoria Geral do Estado do Paraná (Governo do PSDB/DEM) estava atuando para limitar o trabalho do Ministério Público no caso da “delação premiada” que investiga a “Operação Publicano”(pagamento por obras não concluídas).
Antigamente, no Governo Federal à época do Presidente Fernando Henrique (PSDB) o PGR (Procurador Geral da República) era uma escolha pessoal do Presidente. Hoje não. Há uma eleição e o mais votado assume a PGR. Isso é um legado que nosso Partido dos Trabalhadores deixará ao Brasil.
Antecipo também, que apesar da minha Esposa ser formada em Administração, pós-graduada em Marketing e estar completando o curso de Direito ela não será secretária de nenhuma pasta. Assim como defendo não empregar sobrinho, nora, irmão, etc. Inserir pessoas da “intimidade” do Prefeito, em geral, não acaba bem.
Debaterei com o sindicato da categoria propostas para o funcionamento e valorização dos servidores. Defendo que em todas as Secretarias o Diretor Geral seja servidor de carreira. Isso garantirá a perenidade dos programas nas alterações das gestões.

Blog:   Quais as dificuldades que imagina enfrentar para apresentar seu projeto para a Cidade?

Stuzata: A construção do nosso projeto é coletivo o que facilita sua compreensão.  Isso já está ocorrendo em nossas reuniões em vários locais. Teremos nossos candidatos a vereadores e vereadoras. Espaços públicos e redes sociais também facilitarão esse processo.  
Blog:   Haverá coligação com outros partidos?

Stuzata: Estamos em contato com partidos alinhados ao “campo” democrático e popular. Mas independente dos partidos queremos estabelecer uma coligação com nosso povo - razão principal de nossa atuação. 

Blog:   Quem será seu principal adversário?

Stuzata:  Neste caso, os três principais pré-candidatos são de direita e alinhados às forças conservadoras. Iremos debater com todos nessa perspectiva de “linha” de atuação política aplicada à gestão pública. É bom lembrar que o conceito de direita e esquerda remonta da revolução Francesa – em que os ricos ficaram sentados à direita do Rei. Não queremos uma São José só para os Ricos. Seremos plurais e democráticos.

Blog:   Alguma proposta inovadora?

Stuzata: Por mais que seja um discurso antigo, sinceridade, transparência e a participação da população em todas as etapas do processo acabam sendo inovadoras quando implantadas, uma vez que este tipo de promessa costuma ficar apenas nos discursos eleitorais. Quero que desde a eleição até a administração nossa missão seja compartilhada. Isso é inovação.
Os candidatos da direita contratam institutos de pesquisa que orientam o que falar e quando falar. Certa vez, ao ouvir uma opinião “dolorosa” de um amigo, reclamei. Ao que ele me respondeu: “Um amigo verdadeiro não omite situações só para agradar”. Por isso, com tranquilidade, vamos explicar cada situação que deveremos enfrentar. Conheço bem o orçamento de nossa cidade. Conheço bem a cidade. Só para ter ideia realizamos 96 mutirões de emprego em todos os bairros da cidade. Sei o que pode ser feito com recursos próprios e o que e onde podemos buscar parcerias para realizar obras.

Blog: Como observa a atual gestão?

Stuzata: Na vida e também na política não gostamos de ingratidão. As principais obras de São José dos Pinhais, como por exemplo: As trincheiras da Joaquim Nabuco, o alargamento do corredor Aeroporto & Curitiba, as inúmeras Creches, a UPA Afonso Pena, O Viaduto Boqueirão & São José - têm muito dinheiro do Governo Federal da Presidenta Dilma.  Mas o que observamos é uma imensa ingratidão da Gestão.
Na saúde foi fechado o Hospital Atílio Talamini. Quando fui Secretário de Saúde esse local estava sendo preparado para atuar como “Hospital dia” – pequenas cirurgias de baixa complexidade, são ações administrativas simples mas que trazem um grande retorno à sociedade. Neste caso, especificamente,  o paciente entrava de manhã e saía à tarde. Outra coisa: o pronto-socorro infantil do Hospital São José também foi fechado. Eu pessoalmente me empenhei fortemente para manter o atendimento às crianças. Além disso, os “postos de saúde” fecham mais cedo. Essas medidas não foram boas para a população.
Na área de Esporte e Cultura não acredito que grandes shows sejam uma boa estratégia. Quantos professores de música e arte poderiam estar espalhados pelos bairros com os mesmos recursos?
Os serviços públicos precisam melhorar. Longas filas são observadas nos equipamentos públicos. Para cada caso uma análise e uma solução.
Mas como melhorar o serviço público sem respeitar os servidores? Os servidores merecem reconhecimento e condições de trabalho.

Blog:   O Senhor já tem experiência na administração pública. Qual o principal benefício que essa bagagem lhe garante?

Stuzata: A capacidade de diálogo e negociação. Isso é fundamental na gestão pública. Tivemos boas experiências nos locais onde estivemos (Governo do Estado, Prefeitura de São José dos Pinhais e Prefeitura de Curitiba). Reforço aqui: Ouvir é fundamental.

Blog:   Como o Sr. Chegou em São José dos Pinhais?

Stuzata: Em 1993, ainda muito jovem, sai de Assis Chateaubriand, no interior do Paraná, para estudar e trabalhar. Muitos em nossa cidade também fizeram isso. Em 1999, quis o destino, que minha aprovação ao curso de Direito ocorresse na PUC aqui em São José dos Pinhais. Meu primeiro endereço foi no Afonso Pena. Depois mudei para o São Pedro e hoje moro no Cidade Jardim. Lá se vão anos e anos de relação com essa Cidade que, ao mesmo tempo, é acolhedora e cheia de oportunidades.
Adoro morar em São José, encontrar os conhecidos na Igreja, visitar os amigos, caminhar pela XV. Tive infância em cidade pequena e aqui em São José podemos ter essa sensação. Saímos  à rua e encontramos nossos amigos.      

Blog:   Nossa última pergunta - como é a vida pessoal do pré-candidato Stuzata?

Stuzata: Agitada para os meus 48 anos (risos). Sou casado - pai de três meninos(Gabriel, Rafael e Guilherme). Agora em maio, Eu e Cristiane, esperamos a chegada de Giulia, nossa princesinha. Estamos muito felizes.
No dia-a-dia sou um ativista social, atuando com o empreendedorismo solidário na Agência de Desenvolvimento Solidário e também como Presidente do Instituto Miguel e Cecília.
Também atuo, obviamente, de forma partidária. Faz 30 anos que sou do PT. Acredito que quem muda de partido toda hora não contribui verdadeiramente para a democracia. Na área sindical sou diretor da Federação dos Bancários (FETEC). Então, participo de reuniões aos “montes”. E, sempre que consigo, acompanho nosso Furacão Campeão (risos).